VOCÊ ESTÁ POR DENTRO DE COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DE AUTISMO TARDIO?
A evolução do diagnóstico do autismo reflete um caminho complexo dentro da psiquiatria e da neurologia, marcado por avanços significativos e lacunas ainda persistentes. Desde as primeiras descrições por Bleuler em 1911 e por Kanner em 1943, observamos um progresso na compreensão das nuances do Transtorno do Espectro Autista (TEA). As diretrizes clínicas atuais, como o CID-11 e o DSM-5, tentam encapsular a heterogeneidade e a complexidade do autismo. Contudo, apesar desses avanços, existem lacunas significativas e obstáculos que comprometem a precisão diagnóstica, em especial para indivíduos com assistência de tipo 1 e para o diagnóstico em mulheres, que frequentemente são subdiagnosticadas.
A atualização das diretrizes representa um avanço no conhecimento e na conscientização sobre o TEA. Ainda assim, a falta de especificidade para padrões de comportamento esperados, particularmente em mulheres, evidencia uma persistente lacuna no conhecimento. Isso aponta para a necessidade de um olhar mais crítico na formulação de critérios diagnósticos que contemplem a diversidade dentro do espectro autista.
Ademais, é fundamental diferenciar o TEA de outras condições psiquiátricas, como o transtorno de personalidade borderline e a esquizofrenia. Embora possam compartilhar algumas características superficiais, os perfis de neurodesenvolvimento, os sistemas de apego, e os fatores ambientais e genéticos distinguem essas condições de maneira significativa.
A noção de camuflagem no autismo, que envolve a compensação, a assimilação e o mascaramento de traços autistas, também merece uma abordagem cuidadosa. Enquanto é um aspecto relevante na experiência de muitos autistas, sua compreensão não deve desviar o foco dos critérios fundamentais do TEA. A investigação dos efeitos adversos do mascaramento em quadros psiquiátricos é fundamental para um diagnóstico e intervenção eficazes.
Por fim, é importante esclarecer que condições como ansiedade social e depressão distímica não devem ser confundidas com o autismo. Embora possam coexistir ou influenciar o bem-estar de indivíduos no espectro, os critérios diagnósticos do TEA abrangem uma gama mais ampla de prejuízos, que não se limitam às manifestações desses transtornos. Este esclarecimento é vital para evitar erros no diagnóstico e garantir uma abordagem terapêutica adequada.
Portanto, a evolução do diagnóstico do autismo é um processo contínuo que demanda um compromisso com a precisão, a inclusão e a adaptação às descobertas científicas. O reconhecimento das lacunas existentes e a busca por soluções são passos fundamentais para avançar na compreensão e no atendimento às necessidades de pessoas no espectro autista.
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