Este livro é, antes de tudo, para as mulheres invisíveis em seus diagnósticos, aquelas que aprendem a “funcionar” no trabalho, na escola ou em reuniões, mas que voltam para casa exaustas, precisando de silêncio e rituais para se recompor. Ele traz à tona os sinais nucleares e coocorrentes do autismo feminino — como a camuflagem, a sensorialidade, a dor, o sono, o apetite e a ansiedade —, que tantas vezes são ignorados ou confundidos com outros rótulos.
As páginas percorrem dados clínicos de mulheres que vivem entre consultas vagas, exames sem respostas e diagnósticos tardios. Mostram como os estereótipos masculinizados e a falta de conhecimento sobre o autismo feminino criam barreiras que impactam diretamente a autoestima, as relações sociais e o acesso a cuidados adequados. Ao mesmo tempo, o livro dialoga com profissionais de saúde, convidando-os a ampliar a escuta, considerar contextos e reconhecer sinais de pós-carga social, oferecendo um cuidado mais humano e preciso.
Mais do que um manual clínico, este texto é uma ponte entre mundos: entre a experiência de quem se sentiu silenciada e a prática de equipes que querem acertar, mas ainda carecem de linguagem e ferramentas. É um convite para enxergar além do que parece “normal”, ajustando o foco para dar espaço e dignidade a histórias que merecem ser contadas.
“A ausência de diagnóstico não significa ausência de sofrimento.”
🔬 Epidemiologia com lupa
Explica variações da razão M:F por método de busca, subamostragem de meninas com QI médio–alto e como o perfil internalizante distorce prevalências.
🧪 Medidas, instrumentos e metodologia
Mapeia escalas e domínios, discute sensibilidade/especificidade por sexo (ADOS/ADI-R), invariância, normas por sexo/idade e viés de amostragem — um guia para ler escores sem cair em falsos negativos.
🧠 Neurobiologia e biomarcadores
Revisa conectividade funcional, rede de saliência/DMN, efeitos de risco genético por sexo, assinaturas transcriptômicas, EEG/MEG, DTI e modelos animais — com foco no que é robusto (e no que ainda não é).
🎭 Camuflagem e compensação (com métricas)
Define masking/compensação, mostra discrepâncias entre desempenho e capacidade real, custos em exaustão e impacto na detecção clínica e no tempo até o diagnóstico.
🗣️ Fenótipo e comunicação no feminino
Detalha diferenças clínicas/funcionais por sexo, RRBs, atenção social e comunicação sutil, perfil sensorial e cognição — do “parece típico” às marcas mensuráveis.
🛌🧯 Saúde mental, sono e comorbidades
Integra TAs, insônia, autoagressão/suicídio, epilepsia e padrões de uso de serviços, mostrando como a camuflagem eleva risco e pós-carga social.
♀️ Saúde da mulher e ciclos de vida
Aborda puberdade, ciclo, menopausa, saúde reprodutiva e condições endócrinas/reprodutivas, além de lacunas de intervenção específicas.
🧰 Intervenções e diretrizes de cuidado
Propõe psicoeducação centrada no feminino, manejo integrado em adultas (com/sem DI) e adaptações de serviço (incl. TCA).
🧭 Percurso diagnóstico e vieses
Destrincha barreiras, misdiagnóstico (p.ex., TPB), efeitos do diagnóstico tardio e limitações dos instrumentos — com recomendações práticas para reduzir vieses.
📊 Agenda de pesquisa e padronização
Define padrões de mensuração/report por sexo, diretrizes de bancos de dados e replicabilidade para elevar a qualidade da evidência.
Oi, eu sou a Maria Ramim — neuropsicóloga que ama dados, histórias bem contadas e roteiros clínicos que funcionam na vida real. Graduada em Psicologia (UCP, 2008), fiz máster em Demências na Tech Universidad Tecnológica/Espanha (2024) e pós lato sensu em Neurociências Aplicada à Reabilitação (IPUB/UFRJ, 2011) e em Neuropsicologia e Reabilitação Cognitiva (UVV, 2014). Sou habilitada no PEI (Feuerstein) e em EMDR (EMDR Institute/EMDR Iberoamérica). Atuo na clínica de neuropsicologia e neurorreabilitação desde 2011, pesquiso soluções práticas para lesões e transtornos neuro(psi)quiátricos e fundei a TecnoNeuro (2020–atual).
Também vivi o outro lado do balcão: fui servidora da SEE-MG (2002–2007) — chegando a direção de uma unidade administrativa —, sócia/colaboradora do INA (2017–2020) como professora, supervisora e coordenadora de pós-graduações, e professora convidada na UFRJ (2017–2020).
Por que escrevi este livro? Porque, na prática, vi mulheres brilhantes saindo de reuniões “funcionando” por fora e quebradas por dentro. Vi camuflagem virar elogio, pós-carga virar “drama” e diagnóstico virar labirinto. Decidi juntar evidência, linguagem clara e ferramentas para que o que não se vê finalmente ganhe nome, cuidado e caminho.
Escrevi este livro para que nenhuma mulher precise escolher entre pertencer e permanecer inteira.
Um mergulho na pergunta central: por que tantas mulheres autistas permanecem invisíveis nas estatísticas, nas consultas e até dentro das próprias famílias? A introdução situa o leitor no problema da camuflagem e da negligência diagnóstica.
Explora como os números oficiais escondem as mulheres: prevalência, razão M:F, vieses de amostragem e como o perfil feminino ainda é subdetectado nas pesquisas.
Discute como testes e escalas foram construídos com base em meninos, e os limites de sua sensibilidade para captar as nuances femininas — um capítulo técnico que ajuda a entender diagnósticos perdidos.
Aborda os mecanismos de “parecer típico” e o custo desse desempenho. Mostra como meninas e mulheres se adaptam em silêncio, mas pagam depois com ansiedade, exaustão e depressão.
Retrata o percurso de meninas no brincar, na escola e nas relações de pares. Aponta diferenças sutis de reciprocidade social, atenção e funções executivas que, muitas vezes, passam despercebidas.
Expõe a sobreposição de diagnósticos: TDAH (muitas vezes confundidos com aspectos atencionais e sensoriais intrínsecos do autismo), transtornos alimentares e de humor, transtornos de personalidade, depressão, ansiedade e risco de suicídio. Mostra como a ausência de reconhecimento do autismo feminino agrava os desfechos clínicos.
Apresenta os achados mais atuais em genética, neuroimagem e marcadores biológicos. Discute o que já sabemos sobre diferenças sexuais no cérebro e no funcionamento de meninas e mulheres autistas.
Entra em temas pouco falados: menstruação, menopausa, fertilidade e condições endócrinas. Aponta como o corpo feminino dialoga com o autismo em todas as fases da vida.
Traz propostas práticas de adaptação clínica e pedagógica. Fala de psicoeducação, estratégias específicas e necessidade de protocolos que incluam a realidade feminina.
Explora barreiras, vieses e rótulos equivocados que atrasam o diagnóstico. Debate o impacto do tempo perdido e como melhorar a escuta clínica.
Aponta caminhos futuros: metodologias mais inclusivas, padronização de medidas por sexo e a urgência de pesquisas que considerem a experiência feminina no espectro.
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